sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Governo pretende privatizar cerca de 350 das 400 empresas estatais, diz Ernesto Araújo

Em evento em Nova York, ministro das Relações Exteriores afirmou que algumas privatizações serão feitas até a metade do mandato do presidente Jair Bolsonaro, e que a dos Correios deve ser uma das maiores.

O Ministro das Relações exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, participa de evento da rede Bloomberg, em Nova York, na quinta-feira (26) — Foto: Felippe Coaglio/TV Globo


O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmou que o governo brasileiro pretende privatizar cerca de 350 das 400 empresas estatais. A afirmação foi dada a uma plateia de investidores estrangeiros durante evento em Nova York, na quinta-feira (26).
O encontro foi organizado pela rede Bloomberg e contou também com a presença da ministra da Economia do México, Graciela Marquez. Durante 30 minutos o chanceler brasileiro respondeu às perguntas de uma das jornalistas do canal.
Ernesto Araújo disse que algumas privatizações serão feitas até a metade do mandato do presidente Jair Bolsonaro e que a privatização dos Correios deve ser uma das maiores. “É interessante porque nos anos 90 as pessoas criticavam que havia uma grande onda de privatização, mas ainda assim o país ficou com 400 empresas estatais”, afirmou o ministro.
Questionado se o governo brasileiro foi pressionado por oficiais americanos a não adotar a tecnologia da empresa chinesa Huawei na implementação do 5G no Brasil, Araújo desconversou. Afirmou que sabe das preocupações do governo americano, mas que o Brasil está analisando todas as companhias e que em breve anunciará qual sistema vai usar.
A jornalista americana insistiu se o ministro tem medo de que os Estados Unidos diminuam a parceria com o Brasil caso o governo brasileiro escolha a Huawei. O chanceler respondeu que a parceria com o governo americano é ótima e não vê isso como um desafio.

O ministro afirmou que o Brasil e os Estados Unidos têm muitos interesses em comum e que o Brasil viveu uma forte política antiamericana por muito tempo. Araújo defendeu que o Brasil tem que aproveitar esse momento de afinidades.
“É errado pensar que não sabemos o que o futuro vai nos trazer, então não vamos fazer isso ou aquilo porque não sabemos se determinado líder estará lá. Eu acho o oposto. Vamos aproveitar ao máximo as proximidades que temos e transformá-las em novos acordos.”
Ernesto Araújo também defendeu que o Brasil continue construindo relações com outros países e confirmou que o presidente Jair Bolsonaro viajará para a China no mês que vem.

Por Felippe Coaglio, TV Globo — Nova York

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