segunda-feira, 15 de abril de 2024

Tropa do Balacobaco vai a campo em busca das lendas pernambucanas

Projeto “A Lenda na Cena – Sertões de Pernambuco”, aprovado no Programa Funarte de apoio a ações continuadas 2023 -Grupos e Coletivos Artísticos, circula por seis cidades sertanejas a partir de 19 de abril. Primeira parada é em Tacaratu 

 


A Tropa do Balacobaco de Arcoverde (PE) está de malas prontas para uma jornada pelos sertões do Estado, em busca de histórias do imaginário popular para transformá-las em textos dramatúrgicos. O grupo de teatro vai a campo com o projeto “A Lenda na Cena – Sertões de Pernambuco”, aprovado no Programa Funarte de apoio a ações Continuadas 2023 – Grupos e Coletivos Artísticos, para realizar uma extensa pesquisa em seis cidades: Bodocó (Sertão do Araripe), Ibimirim (Sertão do Moxotó), Petrolina (Sertão do São Francisco), Salgueiro (Sertão Central), Tacaratu (Sertão de Itaparica) e Triunfo (Sertão do Pajeú).

 

“Trata-se da continuação de um processo que se iniciou em 2013, quando, através da lenda da Vitória-Régia, nasce o espetáculo ‘O Espelho da Lua’, de autoria de Romualdo Freitas. Desde então, a Tropa se debruça nesses contos populares para desenvolver suas obras, como o ‘RE TE TEI’, de 2016, baseado nos causos que envolvem a figura do Papa-Figo, difundida no Sertão pernambucano, e ‘Mundo – Em Busca do Coração da Terra’, de 2020, que é a junção de lendas das cinco macrorregiões brasileiras”, explica Ney Mendes, coordenador da pesquisa.

 

A primeira etapa desta viagem será Tacaratu, nos dias 19, 20 e 21 de abril. Depois, o grupo segue para Petrolina (de 26 a 28 de abril), Triunfo (de 3 a 5 de maio), Salgueiro (de 10 a 12 de maio) e Ibimirim, no dia 18 de maio. O encerramento dos trabalhos de pesquisa será em Bodocó, no período de 31 de maio a 2 de junho. Em cada uma das cidades, os pesquisadores vão realizar escutas em ruelas, quilombos, aldeias indígenas, assentamentos e feiras livres, a fim de ouvir do povo que contos, causos e personagens estão presentes em suas mentes e de buscar as origens dessas lendas.

 

“Também vamos interagir com essas comunidades através de contações de história, mostrando a elas um exemplo do que virá a ser o resultado dos estudos que iremos realizar após a captação das conversas com as pessoas que vivem nessas microrregiões pernambucanas e trazendo ao seu conhecimento a proposta da Tropa, que é a de preservar, valorizar e perpetuar histórias e personagens do lendário brasileiro, motivação maior da existência da Tropa do Balacobaco”, relata Jéssica Mendes, produtora geral do projeto.

 

Fazem parte do projeto “A Lenda na Cena – Sertões de Pernambuco” Ney Mendes (coordenação geral e texto dramatúrgico), Jéssica Mendes (produtora geral), Everson Melo (produção executiva), Danielly Lima e Lindryelle Vanessa (atrizes/pesquisadoras) Roosevelt Neto (ator/pesquisador), Yan Vinícius (ator/pesquisador e direção da contação de histórias), Iale Carvalho (atriz), Renata Cordeiro (música), Juliano Jason (músico), Juliana Aguiar (assessoria pedagógica), Paulo Almeida (direção da leitura dramatizada), Thiago Campos (designer gráfico), Yuri Gabriel (videomaker), Kaian Alves (fotógrafo) e Jéssika Betânia (assessora de comunicação nas cidades).

 

A Tropa do Balacobaco – Entre várias extensões artísticas, é um grupo de teatro de pesquisa, cuja origem está vinculada às tradições populares. Nascida em 2007, a Tropa trilha sua pesquisa teatral na busca por uma linguagem autoral, desenvolvendo trabalhos que entoam os contos e cantares dos nossos ancestrais, por acreditar que, ao recontar as histórias desse Brasil diverso, contribui para o reavivamento do pensamento crítico e autônomo sobre “Quem somos” e ainda sobre “Quem queremos ser”. O grupo traz um vasto currículo de apresentações somadas ao longo de sua trajetória. Tem sede na cidade de Arcoverde, Sertão Pernambucano, e faz parte do quadro de ocupantes da Estação da Cultura, organização que desenvolve um trabalho de resistência artístico-cultural, composta por diversos grupos e seguimentos artísticos da cidade, desde 2001. Em 2013, a Tropa sublinha como público-alvo de sua abordagem cênica as crianças e jovens. Desde então, vem direcionando suas pesquisas e montagens nesse sentido.

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