Quatro embarcações foram atingidas. Ao todo, 27 pessoas já foram atendidas e liberadas; ao menos quatro seguem internadas.
Pedra desliza sobre turistas em Capitólio — Foto: Redes Sociais/Reprodução
Um deslizamento de pedras no Lago de Furnas, em Capitólio (MG),
a cerca de 300 km de Belo Horizonte, atingiu quatro embarcações,
com pelo menos 34 pessoas, neste sábado (8), e causou sete
mortes.
Um
vídeo cuja veracidade foi confirmada pelos bombeiros mostra o momento em
que um dos cânions atinge as lanchas.
O
deslizamento ocorreu por volta de 12h30. Ainda não se sabe o que causou o
acidente
Quatro
embarcações foram atingidas, segundo os bombeiros
Sete
pessoas morreram. Ao menos 4 seguem internadas
Uma
equipe de mergulhadores está no local e não há previsão de término das buscas
(elas foram suspensas durante a noite e serão retomadas no domingo)
27
pessoas foram atendidas e liberadas
A
primeira informação dos bombeiros dava conta de 20 desaparecidos, mas o número
foi atualizado para 4
Bombeiros
e Polícia Civil estão no local; a Marinha foi acionada e vai investigar a causa
Defesa
Civil havia emitido um alerta sobre chuvas intensas na região com possibilidade
de "cabeça d'água", e Marinha também investiga porque os passeios
foram mantidos
Mortes
O Corpo de Bombeiros
de Minas Gerais confirmou 7 mortes pelo deslizamento.
As vítimas são 3 mulheres e 4 homens,
informou o delegado de Capitólio; ninguém foi identificado
ainda.
Desaparecidos
O coronel dos
bombeiros Edgard Estevo, disse primeiramente que a estimativa é que 20 pessoas
estivessem desaparecidas. Entretanto, em entrevista para a EPTV, afiliada
Globo, o tenente Pedro Aihara afirmou que atualmente são quatro pessoas
desaparecidas e que eles conseguiram contato com as outras
vítimas.
De acordo com o coronel, 40 bombeiros
e mergulhadores estão no local do acidente, mas as buscas estão suspensas
durante a noite.
Feridos
Segundo o
Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, 32 pessoas foram atendidas por
causa do acidente, a maioria com ferimentos leves.
Dessas, 27 foram atendidas e liberadas: 23 delas da Santa Casa
de Capitólio e outras 4 da Santa Casa de São José da Barra, a 46 km de Capitólio.
Outras 4
pessoas, ao menos, seguem internadas:
2 pessoas com fraturas expostas
foram para a Santa Casa de Piumhi, a cerca de 23 km de Capitólio;
2 pessoas
seguem internadas na Santa Casa de Passos, a 74 km de Capitólio; a terceira pessoa que estava
internada em Passos foi para um hospital particular – por isso,
os bombeiros não têm informações sobre o estado de saúde dela.
Ninguém foi
identificado até agora. Guarnições de Passos e Piumhi foram deslocadas para a região para prestar atendimento às vítimas.
Lugar turístico
A região de Capitólio e outras cidades
banhadas pelo Lago de Furnas, no Centro-Oeste
de Minas, é bastante procurada por turistas por sua beleza
natural.
Assim como outras partes do estado,
a região tem sido atingida pelas chuvas recentes: na sexta-feira (7), o
Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) havia emitido um alerta
de chuvas intensas, que durariam
até a manhã deste sábado.
Neste sábado (8), Defesa Civil de
Minas Gerais havia feito um alerta sobre chuvas intensas e a possibilidade de
ocorrências de "cabeça d'água' em Capitólio, mas não há confirmação
que essa foi a causa do acidente. A Marinha disse que investiga o motivo de os
passeios serem mantidos.
O porta-voz do Corpo de Bombeiros de
Minas, Pedro Aihara, explicou que a formação rochosa do local é do tipo
sedimentar, o que torna as estruturas dos paredões frágeis, e a quantidade de
chuvas agravou a situação por acelerar a erosão. Veja a explicação sobre a
situação do solo:
"A
gente tem uma formação rochosa que é basicamente composta por rochas
sedimentares, então são rochas que naturalmente têm uma resistência muito menor
à atuação dos ventos, da água, dos elementos naturais que atuam sobre a região",
explicou Aihara.
"Uma
outra situação que acabou infelizmente agravando foi porque a rocha cai numa trajetória perpendicular. Geralmente,
quando a gente tem ruptura por tombamento, a rocha sai de uma forma mais
fatiada, ela escorre por aquela estrutura e cai de uma forma ou diagonal ou
então mesmo em pé. Nesse caso, como a gente teve esse tombamento perpendicular,
e pelo tamanho da rocha, a gente acabou tendo essas pessoas diretamente
afetadas", explicou o bombeiro.
Para o
especialista em gerenciamento de risco, Gustavo Cunha Melo, uma tromba d'água –
inicialmente citada pelos bombeiros como motivo do deslizamento – pode ter
agido como um gatilho para o deslizamento, mas não foi necessariamente a causa
do problema.
Para Melo, a rocha
se desprenderia de qualquer jeito, por causa da erosão:
"Essa
rocha já estava com muita erosão, totalmente fragmentada, ela iria desabar em
algum momento. A tromba d’água pode explicar o desabamento neste momento? Pode,
assim como também não precisava nada – ela ia desabar em algum momento por
erosão, por um processo natural", afirmou.
Nesses
casos, segundo o especialista, o gerenciamento de risco consiste em isolar o local.
"Não
tem muito o que fazer nessas situações. O gerenciamento de risco é: manter
distância. Você tem que isolar a área. A única gestão de risco que é feita é
isolar a área. Infelizmente ali as embarcações estavam muito próximas e o
desabamento aconteceu nesse mesmo momento", explicou Melo.
O geólogo
Fábio Braz, da Sociedade Brasileira de Geologia, relacionou o desprendimento
das rochas às chuvas – intensas e por um longo período – e classificou o
acidente como "raro":
"Fica
cada vez mais evidente que realmente as fortes chuvas contribuíram para a queda
desse bloco. Esse fraturamento vertical é típico de regiões de cânion. A gente
também observa nos cânions do Rio São Francisco o mesmo tipo de feição",
explicou.
"É um
fenômeno raro. Não descaracteriza o apelo turístico da
região de Capitólio. É
preciso, sim, que sejam tomadas, a partir dessa tragédia, as precauções
necessárias, as distâncias, que seja calculado por especialistas na área de
geotecnia qual a distância segura desses paredões", disse Braz.
Passageiros tentaram avisar
Um segundo vídeo
mostra passageiros de uma das lanchas
tentando avisar sobre o deslizamento da pedra segundos antes de
ela cair:
Governador lamenta
acidente
O governador de
Minas, Romeu Zema (Novo), lamentou o acidente na rede social Twitter:
"Sofremos hoje a dor de uma tragédia em
nosso Estado, devido às fortes chuvas, que provocaram o desprendimento de um
paredão de pedras no lago de Furnas, em Capitólio. O Governo de Minas está
presente desde os primeiros momentos através da Defesa Civil e Corpo de
Bombeiros", escreveu Zema.
"Os trabalhos de resgate ainda estão em andamento.
Solidarizo com as famílias neste difícil momento. Seguiremos atuando para
fornecer o apoio e amparo necessários", completou.
Marinha vai apurar causas
Por meio de nota, a
Marinha do Brasil informou que um inquérito será instaurado para apurar causas,
circunstâncias do acidente (Veja nota completa mais
abaixo).
A Polícia Civil de Minas informou que
está no local para identificar os danos e as causas do acidente.
Confira a íntegra
da nota da Marinha
A Marinha do Brasil
informa que tomou conhecimento de um acidente, no fim da manhã de hoje, após
deslizamento de rochedo atingir embarcações que navegavam a região dos cânions,
em Capitólio-MG.
A DelFurnas
deslocou, imediatamente, equipes de Busca e Salvamento (SAR) para o local,
integrantes da Operação Verão ora em andamento, a fim de prestar o apoio
necessário às tripulações envolvidas no acidente, no transporte de feridos para
a Santa Casa de Capitólio, e no auxílio aos outros órgãos atuando no local.
Um inquérito será
instaurado para apurar causas, circunstâncias do acidente/fato ocorrido.
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