Autorização partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, dentro do inquérito que investiga milícias digitais. Jefferson postou em uma rede social que policiais fizeram buscas em casas de parentes.
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| O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, em evento em Curitiba em 26/02/2021 — Foto: Eduardo Matysiak/Futura Press/Estadão Conteúdo |
A Polícia Federal
foi às ruas na manhã desta sexta-feira (13) e prendeu o ex-deputado e
presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson.
O mandado é de
prisão preventiva (que não tem prazo estipulado para acabar).
A autorização da
prisão partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
(STF). Ele também determinou:
Bloqueio de conteúdos postados por Jefferson em
rede sociais
Apreensão de armas e
acesso a mídias de armazenamento
A ordem foi dada
dentro do chamado inquérito da milícia digital, que é uma
continuidade do inquérito dos atos antidemocráticos.
Jefferson postou
numa rede social que a PF chegou a fazer buscas na casa de parentes pela manhã.
"A Polícia
Federal foi à casa de minha ex-mulher, mãe de meus filhos, com ordem de prisão
contra mim e busca e apreensão. Vamos ver de onde parte essa canalhice",
escreveu o ex-deputado.
O advogado de defesa
de Roberto Jefferson, Dr Luiz Gustavo Pereira da Cunha, informou, por telefone,
que só vai se manifestar depois que tiver acesso a íntegra da decisão do
mandado de prisão e da busca e apreensão.
De acordo com o STF,
Moraes pediu parecer da procuradoria-geral da República antes de tomar a
decisão. Só que o prazo se encerrou na terça-feira, e a PGR não se manifestou
até a decisão dele, assinada na quinta (12). Até o presente momento, nenhum
parecer foi juntado aos autos.
Milícia
digital
O inquérito que
investiga a organização e o funcionamento de uma milícia digital voltada a
ataques à democracia foi aberto em julho, por decisão de Moraes.
Nessa investigação,
a PF apura indícios e provas que apontam para a existência de uma organização
criminosa que teria agido com a finalidade de atentar contra o Estado
democrático de direito.
Essa organização se
dividiria em núcleos: de produção, de publicação, de financiamento e político.
Outra suspeita é de que o grupo tenha sido abastecido com verba pública.
Entre os nomes
citados pela PF em um pedido para acessar quebras de sigilo, estão os
assessores da Presidência da República acusados de integrar o chamado “gabinete
do ódio”, que seria encarregado de promover ataques virtuais nas redes sociais
contra desafetos da família do presidente Bolsonaro e adversários do governo.
Roberto
Jefferson
O ex-deputado
Roberto Jefferson foi o pivô do escândalo do mensalão, em 2005. Foi a partir de
uma entrevista dele ao jornal "Folha de S. Paulo" que o país tomou
conhecimento das denúncias de que o governo do então presidente Luiz Inácio
Lula da Silva passava dinheiro a deputados da base.
Em novembro de 2012,
no julgamento do mensalão no STF, ele foi condenado a 7 anos e 14 dias de prisão,
pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Nos últimos anos, já
sem mandato parlamentar, Jefferson se aproximou do presidente Jair Bolsonaro.
Em suas redes sociais, começou a postar fotos com armas. O armamento da
população é uma das principais causas do presidente.

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