Dr. Lucas de Sá, ortopedista do SEOT, apresenta graus e tratamentos
desta que é uma das lesões mais frequentes da traumato-ortopedia,
principalmente nos esportes
Na vida
agitada das grandes cidades e nas atividades esportivas de maior impacto, é
comum encontrar pessoas que já sofreram com um dos mais comuns problemas
traumato-ortopédicos que chegam aos consultórios médicos e emergências
hospitalares: a entorse de tornozelo, também conhecida em algumas regiões do
país como o ato involuntário de “revelar o pé”. Apesar de acometer pessoas das
mais variadas atividades, a exemplo das mulheres que usam saltos altos no dia a
dia ou pessoas que pisam em falso em calçadas irregulares pelas ruas das
cidades, uma pesquisa publicada na revista da Associação Médica Brasileira
mostra que esta lesão articular é responsável por cerca de 10% a 15% dos casos
de lesões no esporte, principalmente em modalidades como o futebol, o basquete
e o vôlei.
A entorse
do tornozelo acontece quando a articulação faz um movimento que não acontece em
condições normais, devido a uma ação de uma força, geralmente o peso do próprio
paciente, com o pé numa posição invertida ou evertida. O ortopedista Lucas de
Sá, especialista em pé e tornozelo do SEOT (Santa Efigênia Ortopedia e
Traumatologia) explica o que acontece com esta região do corpo após uma
entorse: “o mecanismo mais comum da lesão é a pisada com o pé invertido, com a
planta do pé virado para a linha mediana do corpo, acontecendo, principalmente,
lesão nos ligamentos, que a depender da gravidade da entorse, podem sofrer uma
distensão, uma ruptura parcial ou uma ruptura completa, levando o paciente a
apresentar dor; edema; equimose, que é uma mancha arroxeada; e limitação
funcional, ou seja, o paciente fica incapaz de pisar com o membro afetado.
O
especialista afirma que após sofrer a entorse, o indivíduo precisa procurar
atendimento médico com um ortopedista para que seja feito um exame físico para,
assim, identificar quais os ligamentos do tornozelo que foram acometidos no
trauma, o grau do edema e da limitação funcional. Nos casos em que há suspeita
de fraturas associadas, o especialista deve solicitar radiografias do
tornozelo. “Este exame é solicitado logo no primeiro atendimento, após uma
avaliação física do paciente. É importante para que seja excluída a
possibilidade de fratura do tornozelo, que acontece pelo mesmo mecanismo da
lesão ligamentar, um trauma torcional dessa articulação. As fraturas do
tornozelo possuem necessidade de tratamento cirúrgico, na maioria dos casos”,
ressalta.
No caso de
lesão ligamentar, sendo essa bem conduzida pelo ortopedista, na maioria das
vezes, resolve-se com o tratamento não-cirúrgico. “No primeiro momento, é feita
a proteção da articulação e o repouso articular com uma bota imobilizadora;
também é orientado a aplicação de gelo no local; compressão, que pode ser feita
com meias específicas ou com as tornozeleiras elásticas; e a elevação do
membro, que ajuda na regressão do edema. No segundo momento, é feita a
reabilitação fisioterápica”, explica Lucas de Sá. Se a dor persiste por um
período de 3 a 6 meses após a lesão, indica-se o exame de ressonância
magnética, para identificar o motivo da dor crônica que, geralmente, acontece
devido a uma instabilidade do tornozelo, provocada por um ligamento que rompeu
totalmente e não cicatrizou”.
Outro
motivo da dor persistente pós-entorse do tornozelo apontada pelo especialista é
quando há lesões da cartilagem da articulação do tornozelo. “Essas duas causas
de dor crônica têm indicação de intervenção cirúrgica, para reconstrução do
ligamento, usando-se enxerto de tendão para exercer o papel do ligamento, que
se encontra insuficiente, ou para agir na lesão da cartilagem da articulação do
tornozelo”, explica. Embora as entorses sejam difíceis de prever, as pessoas
podem se utilizar de imobilizadores semirrígidos para reduzir os riscos da
incidência. E mais: “exercícios para melhorar o mecanismo natural de proteção
contra entorse também são importantes na prevenção e ter atenção redobrada aos
terrenos por onde se caminha”, conclui o ortopedista.
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