O democrata Joe Biden passou
a marca dos 270 delegados no Colégio Eleitoral neste sábado (7), segundo
projeções de diversos veículos de imprensa. O número é suficiente para derrotar
o republicano Donald Trump e
se tornar o 46º presidente dos Estados Unidos. Kamala Harris será
a primeira mulher vice-presidente do país.
Joe Biden agradeceu aos eleitores pelas redes sociais e afirmou
que será um
presidente para todos os americanos.
"América, estou
honrado por ter me escolhido para liderar nosso grande país. O trabalho que
temos pela frente será árduo, mas prometo o seguinte: serei um presidente para
todos os americanos - quer você tenha votado em mim ou não. Vou manter a fé que
vocês colocaram em mim", postou Biden no Twitter.
Embora não oficial, a projeção dos veículos de comunicação é suficiente para que a
sociedade americana reconheça a eleição de um presidente (entenda como funciona),
já que a contagem chega a demorar semanas e o sistema de colégio eleitoral
permite saber antecipadamente quem será o vencedor.
Arizona
Na manhã deste sábado, faltavam pelo
menos 6 votos no colégio eleitoral para que Biden chegasse a 270 e sua vitória
se confirmasse, segundo as projeções da Associated Press. Com a vitória
projetada na Pensilvânia, Biden chegou a 290 delegados.
Outros veículos, como "The
New York Times", por exemplo, ainda não haviam
declarado Biden vencedor no Arizona, que tem 11 delegados. Porém,
com os 20 delegados da Pensilvânia, a disputa no Arizona passou a
ser indiferente, já que não muda mais o resultado.
A Pensilvânia é o terceiro
estado do chamado Cinturão de Ferrugem em que o
presidente Trump venceu em 2016, mas que virou para Biden em 2020, junto com
Michigan e Ohio. Além do Arizona, Biden também lidera em Nevada e Geórgia,
outros estados em que Trump venceu em 2016.
Tanto Trump quanto Biden fizeram muitas visitas à Pensilvânia
durante a campanha. O republicano visitou o estado 13 vezes, enquanto Biden fez
16 viagens para lá. Ambos estiveram no estado na véspera da eleição.
Desde 2008, todos os
candidatos presidenciais que ganharam na Pensilvânia conquistaram
a presidência.
Medidas judiciais
O
presidente Donald Trump alega que a votação está
sendo roubada e promete ações na Justiça. Logo após a
declaração de Biden como vencedor na imprensa americana, sua campanha soltou nota
dizendo que a eleição não acabou.
"Todos nós sabemos por que Joe Biden está se apressando em
fingir que é o vencedor e por que seus aliados da mídia estão se esforçando
tanto para ajudá-lo: eles não querem que a verdade seja exposta. O simples fato
é que esta eleição está longe de terminar", afirmou Trump.
Pouco depois, advogados de Trump
disseram a jornalistas que houve fraude eleitoral e que medidas legais, como
recursos pedindo a recontagem dos votos, serão apresentados à Justiça a partir
de segunda-feira (9).
Também pediu interferência em um caso pendente na Suprema Corte
dos EUA sobre a Pensilvânia, um estado importante da disputa que ainda está
contando centenas de milhares de cédulas enviadas pelo correio. O republicano
tenta impedir que o estado conte votos que cheguem depois da eleição.
Trump está tentando evitar se tornar o primeiro
presidente em exercício dos EUA a perder uma candidatura à reeleição desde
George H.W. Bush, em 1992.
Biden
A vitória de Biden marca o
retorno de um democrata à Casa Branca após a saída de Barack Obama, que
governou o país entre 2009 e 2017. Biden foi seu vice-presidente.
Casado com Jill Biden, Joe Biden nasceu em 1942 na Pensilvânia,
em uma família católica. O democrata se notabilizou na política em 1972,
quando, aos 29 anos, se elegeu para o Senado pelo estado de Delaware e se
tornou uma das pessoas mais jovens a assumir o cargo na história dos Estados
Unidos.
apuração dos votos deste ano começou dramática para o democrata, que perdeu a Flórida (contrariando a média das pesquisas) e começou atrás na Geórgia e na Carolina do Norte — estados onde Biden pretendia virar a vantagem obtida por Trump quatro anos atrás.
Mas outras vitórias em estados-chave determinaram a vitória de
Biden segundo as projeções, ainda que somente após quatro dias. Uma das razões
foi a previsível demora na contagem dos votos que chegaram por correio.
Mais de 100 milhões de eleitores americanos votaram antes do dia
oficial das eleições. Isso representa quase 73% do total de
pessoas que foram às urnas em 2016. Desses, mais de 64,5 milhões das cédulas
foram enviadas pelo correio.
O voto antecipado foi motivado, entre outras razões, por receio
de aglomerações na pandemia. E a maioria desses eleitores votou em Biden, já
apontavam projeções feitas antes mesmo do dia da eleição.
A pandemia, inclusive, fez Biden evitar comícios com grandes aglomerações ao longo da campanha. O democrata preferiu fazer reuniões com poucas pessoas — ou, já na reta final, atos políticos com carros.
Por G1



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