Pesquisa internacional estima que acidentes acontecem com cerca de 1,5 milhão de pessoas ao ano. Ortopedista Maurício Paes, do SEOT, aponta os cuidados para evitar o problema

Fratura em Idosos - Reprodução Blog do Min Saúde
Ter idosos
em casa é motivo para atenção redobrada, afinal, os movimentos e reflexos
começam a ficar mais lentos. E para que sejam evitados problemas, como as
temidas quedas, são necessários alguns cuidados, pois os acidentes podem
provocar fraturas, principalmente na região do quadril. Uma avaliação do
Consórcio sobre Saúde e Envelhecimento, em uma colaboração dos EUA com países
europeus, mostra que, a cada ano, mais de 1,5 milhão de pessoas sofre algum
tipo de fratura no quadril; a previsão é de que esse número passe para mais de
6 milhões até 2050. São dados relacionados a pessoas com mais de 60 anos de
idade.
As
mulheres têm maior tendência a fraturas na fase idosa devido ao déficit
hormonal causado pelos ciclos menstruais e pela menopausa. O ortopedista
Maurício Paes, especialista em cirurgia do quadril do SEOT (Santa Efigênia
Ortopedia e Traumatologia), explica que a região do quadril é muito sensível e,
em se tratando de fraturas, traz problemas de locomoção: “É uma articulação
de carga que sustenta o corpo e transmite o peso para os membros inferiores.
Doenças que acometem essa região limitam as pessoas de fazerem suas atividades
diárias. Com as fraturas, as atividades ficam inviáveis pois as pessoas não
conseguem nem dar alguns passos”.
Para
diagnosticar a gravidade da lesão, é importante que se tenha o relato do
trauma, ou seja, de como se deu a fratura; em seguida, o paciente é submetido a
um raio-X que, em 99% das vezes é suficiente para o diagnóstico. Em caso de
dúvida, a tomografia é o mais indicado. E fraturas na região do quadril são
necessariamente cirúrgicas: “Cabe a nós especialistas apresentarmos as melhores
alternativas de tratamento para os pacientes, sendo que para os idosos, a
cirurgia é o mais indicado, pois a taxa de mortalidade em pessoas mais velhas
que não passam pelo procedimento cirúrgico é altíssima”, ressalta Maurício
Paes.
Há três
anos, Dona Ambrozina Silva, de 88 anos, foi submetida à cirurgia. Ela conta que
caiu no banheiro de casa e foi levada a um hospital. Após uma semana de
internamento, voltou para casa, mas não conseguia se locomover. Depois de quase
sete meses de cama, os parentes resolveram procurar pelo especialista que
detectou a fratura. “O médico me operou numa sexta-feira; no sábado recebi alta
e voltei para casa. Já saí do carro andando e não sinto mais nada até hoje,
graças a Deus”, conta com alegria a aposentada.
Maurício
Paes afirma que alguns cuidados são importantes para prevenir as lesões: “nos
idosos, principalmente nas mulheres, uma das principais causas é a fragilidade
óssea, devido a osteoporose. Por isso, deve-se fazer a prevenção com
densitometria óssea e a correção do déficit de cálcio e vitamina D, nutrientes
que favorecem o fortalecimento ósseo. Além disso, é preciso adaptar os
ambientais com o uso de pisos antiderrapantes ou emborrachados no banheiro, uso
suportes para o idoso se segurar e sapatos com solados de borracha”.
E se o indivíduo quer chegar à 3ª
Idade cheio de vigor físico, é preciso incluir hábitos saudáveis no seu dia a
dia, como ter uma alimentação balanceada, tomar banho de sol para a absorção de
cálcio, não beber, não fumar e praticar exercícios para tonificar a
musculatura. “Com o passar dos anos, a pessoa tem a sarcopenia, que é a perda
de massa muscular. Portanto, manter uma atividade física regular é
imprescindível para o fortalecimento da musculatura, pois o músculo é que dá a
sustentação e estabilidade ao nosso corpo”, conclui o ortopedista.
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