José Adagmar Pereira de Moraes tem processos nos dois estados, pelo mesmo tipo de crime. Segundo as denúncias, abusos eram cometidos durante consultas.
Médico ginecologista José Adagmar Pereira de Moraes preso em Suzano por suspeita de estupro — Foto: Reprodução/TV Diário |
O médico preso por abuso sexual em Suzano, em São Paulo, responde por pelo menos outros cinco
estupros, em Pernambuco. De acordo com a Polícia Civil, no Recife, há quatro inquéritos contra José Adagmar
Pereira de Moraes, de 41 anos. Esses procedimentos são referentes a cinco
mulheres que, em 2018, denunciaram ter sido vítimas do mesmo homem.
O ginecologista e obstetra José
Adagmar foi preso no dia 5 de outubro, em Suzano. Denúncias apontam que ele cometia os crimes dentro do consultório.
Na capital pernambucana, ele chegou a
atuar no Serviço de Apoio à Mulher Vítima de Violência Wilma Lessa, no Hospital
Agamenon Magalhães (HAM), Zona Norte, onde ocorreram alguns dos abusos.
Segundo a polícia pernambucana, os
inquéritos foram remetidos à Justiça em 2018. Na época, os casos estavam com a
delegada Ana Elisa Sobreira. Ela atuava como delegada na 1ª Delegacia
Especializada de Atendimento à Mulher, em Santo Amaro, no Centro da cidade.
Nos procedimentos citados, o
homem foi indiciado por violação sexual mediante fraude. Esse tipo de crime
ocorre quando alguém pratica um ato libidinoso com alguém por algum meio que
impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. Nos casos citados,
isso ocorria devido à condição de médico do acusado, que utilizava a profissão
para cometer os abusos.
Ao G1, o Tribunal de Justiça de
Pernambuco afirmou que um dos processos contra José Adagmar Pereira de Moraes
tramita na 12ª Vara Criminal da Capital, mas não soube informar o andamento
dele nem dos outros que correm no Judiciário.
O tribunal informou, também, que é possível que as outras ações
judiciais corram em segredo de justiça, o que impede a divulgação de dados. A
reportagem também pediu informações sobre o processo ao Ministério Público de
Pernambuco, que não respondeu até a última atualização desta reportagem.
Histórico
De
acordo com a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE), José Adagmar passou em
um concurso público para a rede estadual e foi lotado no Hospital Agamenon
Magalhães em agosto de 2015, atuando como obstetra na maternidade. Numa seleção
interna, ele foi transferido para o Serviço de Apoio à Mulher Vítima de
Violência Wilma Lessa, vinculado à unidade, em 2017.
Sem dar qualquer explicação à direção do hospital, o médico, já
denunciado pelas cinco mulheres na capital pernambucana, deixou de comparecer
ao serviço em janeiro de 2019. Foi instaurado, então, um processo
administrativo contra o servidor, por abandono de cargo. Esse processo segue em
andamento.
Depois disso, o médico viajou para São Paulo, onde fez um novo
cadastro no Conselho Regional de Medicina (CRM), entrou para a lista de
conveniados de um plano de saúde, e seguiu atendendo pacientes em Suzano e na
capital paulista.
O G1 entrou em contato com
o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), para saber se o órgão
teve conhecimento dos procedimentos contra o médico, mas não obteve resposta
até a última atualização desta reportagem.
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