Ato diminuiu
as chances de diabetes tipo 2 e sobrepeso/obesidade em crianças; mães lactantes
têm menor risco de desenvolver câncer de ovário e de mama
A
amamentação exclusiva da criança até os seis meses de idade promove o
desenvolvimento saudável do cérebro em bebês e crianças pequenas, protege as
crianças contra infecções e diminui o risco de obesidade e de outras doenças. A
prática também reduz custos de assistência médica no futuro e protege as mães
lactantes contra o câncer de ovário e de mama.
No entanto,
apenas quatro em cada dez bebês no mundo são alimentados exclusivamente com o
leite materno nos primeiros seis meses de vida, conforme recomendado pela
Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados são do Fundo das Nações Unidas
para a Infância (UNICEF) que aponta ainda o índice de 39% das mães que utilizam
o leite materno como alimentação exclusiva para os bebês até os seis meses de
idade, no Brasil.
A enfermeira
Andressa Oliveira, especialista em ginecologia e obstetrícia e professora do
curso de Enfermagem da UNIFAVIP, afirma que a amamentação é um dos momentos
cruciais para aumentar o vínculo entre o binômio mãe-bebê, com grandes
vantagens para ambos. Além de apresentar diversos benefícios voltados a criança
como proteção contra doenças, prevenção na formação incorreta dos dentes,
evitar problemas na fala e proporcionar melhor desenvolvimento e crescimento
para o bebê, o aleitamento materno contribui também com a saúde da mãe, através
da redução das chances de câncer de mama, ovários e endométrio, auxiliando na
redução do peso adquirido durante a gestação, e contribuindo com a retração
uterina após o parto.
“Vale
ressaltar ainda que é um recurso natural onde não haverá custos para a família”
Uma pesquisa
publicada em 2016 no periódico The Lancet apontava que a
universalização do aleitamento exclusivo — ou seja, ter todas as crianças do
mundo se alimentando somente com o leite materno no início da vida — poderia
prevenir 823 mil mortes por ano entre meninos e meninas com menos de cinco anos
de idade, além de evitar 20 mil mortes por câncer de mama anualmente.
Para o bebê,
o aleitamento exclusivo até os seis meses de idade contribui para a imunidade
reduzindo os riscos de infecções. Sendo constituído de anticorpos, proteínas,
lipídios, vitaminas A, B12, C, D, E e K, água, cálcio, potássio, sódio, cloro,
ferro, zinco, fósforo, riboflavina, tiamina, dentre outros. “O leite
materno possui os nutrientes fundamentais para o bebê desde o seu nascimento
até os seis meses de idade, não sendo necessária a complementação por meio de
fórmulas ou mesmo a adição de água. Dessa forma a ideia difundida erroneamente
de que o leite materno pode não suprir as necessidades do bebê, cai por terra”.
Diversos
estudos relacionam o aleitamento materno exclusivo (AME) até os 6 meses do bebê
com a diminuição do risco de morte, quando comparado ao aleitamento materno
predominante e às crianças em aleitamento materno parcial.
Além disso,
a amamentação diminuiu as chances de diabetes tipo 2 e, com base em estudos de
alta qualidade, diminuiu em 13% as chances de sobrepeso/obesidade, de acordo
com o artigo científico “Consequências a longo prazo da amamentação no
colesterol, obesidade, pressão arterial sistólica e diabetes tipo 2: revisão
sistemática e metanálise”, publicado pela Sociedade Brasileira de Pediatria
(SBP).
É de extrema
importância orientar as mulheres, desde os pré-natais, a se preparem para
vivenciar a amamentação. Muitas delas apresentam dificuldades no processo
justamente pela falta de informação. Apoiá-las e ajudá-las a entender que
amamentar é algo possível e principalmente essencial, é um papel desafiador
para os profissionais que estão comprometidos com a saúde materno-infantil.
O tempo e a
maneira que uma criança é amamentada irá interferir no resto da sua vida.
A
importância do ato para o desenvolvimento saudável do ser humano deu origem à
campanha Agosto Dourado, dedicado à intensificação das ações de promoção,
proteção e apoio ao aleitamento materno.
O Agosto
Dourado existe para alertar a população de que amamentar é um ato natural e de
muito amor.
Histórico
A campanha
Agosto Dourado originou de em um encontro, em Nova Iorque, entre a Organização
Mundial da Saúde (OMS) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em
1991. A reunião tinha como meta acompanhar o nascimento da Declaração de
Innocenti (documento voltado para a amamentação) e elaborar ações em nível
mundial para conscientizar sobre a causa.
A Semana
Mundial do Aleitamento Materno (SMAM), que ocorre de 1 a 7 de agosto em vários
países, é coordenada pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno
(WABA), que define um tema a cada ano e promove ações globais mostrando a
importância da amamentação para crianças e mães.
No Brasil, a
Semana de Aleitamento Materno é comemorada desde 1999 com a coordenação do
Ministério da Saúde. Em 2017, foi sancionada a Lei nº 13.435, que institui o
mês de agosto como o “Mês do Aleitamento Materno”.
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