Maquiador é decapitado e morte revolta moradores de Moreno |
A família do maquiador e cabeleireiro Antonio Henrique de Deus, encontrado decapitado na terça-feira
(21) no Centro de Moreno, no Grande Recife, está sem acreditar no que aconteceu. A tia da
vítima, a comerciante Ana Paula de Deus, afirmou que o crime chocou não só a
família, como amigos e vizinhos.
“Henrique
era usuário de drogas, não escondia isso, mas não tinha envolvimento com
tráfico. Ele trabalhava, ele se mantinha. Não acredito que foi questão de
droga. Foi de uma violência muito grande, uma crueldade muito grande”, disse,
nesta quarta-feira (22).
Para Ana
Paula, o maquiador pode ter sido vítima de homofobia. "Eu acredito que
sim, não tenho certeza, mas acredito. Vou vir atrás, vou querer saber se o
motivo foi esse [homofobia]", afirmou. Outra hipótese, segundo a família,
seria ciúme de um ex-namorado.
A cabeça da
vítima, que tinha 25 anos, foi localizada a cerca de 50 metros do corpo, que
apresentava ferimentos produzidos “provavelmente” por uma arma branca, segundo
a Polícia Civil. O crime aconteceu na mesma região em que ele morava.
A parente esteve no Instituto de Medicina Legal, no bairro de
Santo Amaro, no Recife, para liberar o corpo do sobrinho e conversou com a
imprensa. Ela relatou que conhecia a mulher presa por suspeita de envolvimento
com o crime. A Polícia Civil não detalhou a participação dela, mas vizinhos
contaram que ela teria atraído o maquiador para a emboscada.
“Eu não
tinha vínculo de amizade, mas cumprimentava quando passava por ela na rua. É
bastante difícil, a gente está sem acreditar”, relatou a comerciante.
Segundo Ana
Paula, essa não foi a primeira perda que a família sofreu. “A mãe dele perdeu
outra filha em um acidente de carro. A saúde já não é mais a mesma. [...] A
gente espera que as pessoas paguem pelo crime bárbaro que cometeram”, disse.
Querido pela comunidade
A dona de casa Suzete Maria da Silva costumava encontrar o maquiador
quando ia levar a filha na escola. “Ele era uma pessoa muito alegre. Conhecia
desde pequeno. Era um menino muito bom”, disse.
Também vizinho de Antonio Henrique de Deus, o biscateiro Edvaldo João
Teodoro afirmou lembrar do jovem como um homem trabalhador. “Henrique era uma
pessoa boa, aqui da comunidade. Era uma pessoa querida, humilde”, relatou.
Casado com uma prima da vítima, o masseiro José Adriano da Silva soube
da notícia ao chegar do trabalho. “Fiquei sem chão. Ele era uma pessoa muito
querida, brincalhona, extrovertida, brincava com todo mundo. É uma tragédia,
uma covardia o que fizeram com ele”, declarou.
A família informou que o velório e o enterro foram marcados para a
cidade de Moreno.
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