quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

'Crueldade sem tamanho', diz parente de homem que foi decapitado em Moreno

Maquiador é decapitado e morte revolta moradores de Moreno



A família do maquiador e cabeleireiro Antonio Henrique de Deus, encontrado decapitado na terça-feira (21) no Centro de Moreno, no Grande Recife, está sem acreditar no que aconteceu. A tia da vítima, a comerciante Ana Paula de Deus, afirmou que o crime chocou não só a família, como amigos e vizinhos.

“Henrique era usuário de drogas, não escondia isso, mas não tinha envolvimento com tráfico. Ele trabalhava, ele se mantinha. Não acredito que foi questão de droga. Foi de uma violência muito grande, uma crueldade muito grande”, disse, nesta quarta-feira (22).

Para Ana Paula, o maquiador pode ter sido vítima de homofobia. "Eu acredito que sim, não tenho certeza, mas acredito. Vou vir atrás, vou querer saber se o motivo foi esse [homofobia]", afirmou. Outra hipótese, segundo a família, seria ciúme de um ex-namorado.

A cabeça da vítima, que tinha 25 anos, foi localizada a cerca de 50 metros do corpo, que apresentava ferimentos produzidos “provavelmente” por uma arma branca, segundo a Polícia Civil. O crime aconteceu na mesma região em que ele morava.

A parente esteve no Instituto de Medicina Legal, no bairro de Santo Amaro, no Recife, para liberar o corpo do sobrinho e conversou com a imprensa. Ela relatou que conhecia a mulher presa por suspeita de envolvimento com o crime. A Polícia Civil não detalhou a participação dela, mas vizinhos contaram que ela teria atraído o maquiador para a emboscada.

“Eu não tinha vínculo de amizade, mas cumprimentava quando passava por ela na rua. É bastante difícil, a gente está sem acreditar”, relatou a comerciante.
Segundo Ana Paula, essa não foi a primeira perda que a família sofreu. “A mãe dele perdeu outra filha em um acidente de carro. A saúde já não é mais a mesma. [...] A gente espera que as pessoas paguem pelo crime bárbaro que cometeram”, disse.

Querido pela comunidade

A dona de casa Suzete Maria da Silva costumava encontrar o maquiador quando ia levar a filha na escola. “Ele era uma pessoa muito alegre. Conhecia desde pequeno. Era um menino muito bom”, disse.

Também vizinho de Antonio Henrique de Deus, o biscateiro Edvaldo João Teodoro afirmou lembrar do jovem como um homem trabalhador. “Henrique era uma pessoa boa, aqui da comunidade. Era uma pessoa querida, humilde”, relatou.

Casado com uma prima da vítima, o masseiro José Adriano da Silva soube da notícia ao chegar do trabalho. “Fiquei sem chão. Ele era uma pessoa muito querida, brincalhona, extrovertida, brincava com todo mundo. É uma tragédia, uma covardia o que fizeram com ele”, declarou.

A família informou que o velório e o enterro foram marcados para a cidade de Moreno.

Por Clarissa Góes e Thiago Augustto, TV Globo

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