Produtores rurais de cinco municípios participam de projeto de melhoramento da produtividade de um dos principais ingredientes nutricionais para o rebanho bovino
Foto: Sílvia Silva dos Santos/Arquivo Pessoal |
A palma é
um dos ingredientes mais utilizados na alimentação do gado no Nordeste.
Resistente à seca, ela tem sido a principal escolha dos produtores rurais como
fonte de nutrientes para o rebanho nos últimos sete anos, período de grande
estiagem na região. Mas o plantio, em muitas áreas, é prejudicado pela falta de
conhecimento em práticas inovadoras pelos agricultores que não têm as técnicas adequadas para ter uma
plantação abundante. Uma realizada que vem se transformando a partir de
projetos que vêm sendo implantados em todo o estado.
No Agreste
Meridional, o Sebrae, em parceria com a Agência de Desenvolvimento Econômico de
Pernambuco (AD Diper), está desenvolvendo um projeto de melhoramento da
produtividade do plantio de palma em cinco municípios da região. Ao todo,
trinta produtores rurais de Águas Belas, Cachoeirinha, Caetés, Pedra e São
Bento do Una participam deste processo, recebendo orientações de consultores
especializados da empresa Super Soluções, contratada pelo Sebrae através do
programa Sebraetec.
Com um
investimento total de R$ 108 mil, cada produtor recebe sete mil raquetes das
palmas Orelha de Elefante e Miúda, mais resistentes às pragas, principalmente à
cochonilha do carmim. “A ideia é trabalhar os vários processos para que o
plantio chamado superadensado tenha produtividade maior e um resultado melhor
em um espaço menor de cultivo. Cada vez mais os produtores estão reduzindo suas
áreas plantadas, mas sem perder a produtividade”, explica a analista do Sebrae
Kédima Azevedo, que coordena o projeto no Agreste Meridional.
A nova
realidade começa a ser percebida pelos produtores. Sílvia Silva dos Santos,
produtora de queijo que tem uma propriedade rural em São Bento do Una, cria um
rebanho bovino de cerca de vinte animais. Destes, catorze estão em fase da
lactação e produzem 300 litros de leite por dia. Ela diz que plantava palma
como na época dos avós; agora, com a nova técnica, vislumbra um futuro
promissor: “esse novo tipo de manejo é muito mais eficaz por ser diferenciado.
Graças ao Sebrae, que nos ajuda muito, tudo mudou para melhor”, ressalta.
Iniciado
em setembro de 2019, o projeto é constituído de quatro etapas, sendo que a
primeira, a da visita às propriedades, já foi concluída. Nela, o consultor
esteve em cada uma das propriedades, identificou os locais mais adequados para
plantio, demarcou as áreas escolhidas, fez a coleta do solo para uma análise
que vai servir de base para se saber a necessidade de nutrientes que ele
precisa, orientou cada produtor sobre como deve ser a gradação, a direção dos sulcos e a sua
profundidade.
A fase
seguinte é a da distribuição das raquetes e o plantio. Aqui, entra o
enraizador, uma substância utilizada na palma para que tenha uma melhor
fixação, uma vez que o espaço de plantio é reduzido. A terceira etapa é a de
adubação, com base na análise que foi feita do solo. Neste momento, o produtor
recebe as recomendações corretas
sobre o uso de adubos orgânicos e químicos, utilização de equipamentos de forma
correta para que não haja nenhum tipo de contaminação e a quantidade de
defensivos, se for necessário.
Por fim, é a etapa de acompanhamento
do plantio. “Os consultores são muito disponíveis e estão sempre prontos a
atender os produtores que tenham alguma dúvida durante o processo. O grande
objetivo é promover a melhoria dos solos para um correto e produtivo plantio de
palma e a
diminuição dos custos que o produtor vai ter, o que repercute na qualidade
final do alimento que vai ser dado ao rebanho”, ressalta Kédima Azevedo. Vale
frisar que os produtores só têm despesas com a mão de obra, pois 70% dos
recursos são do Sebrae e os 30% restantes da AD Diper.
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