sábado, 2 de março de 2019

Lula chega a São Paulo para ir a velório do neto

Arthur Lula da Silva, de 7 anos, morreu nesta sexta-feira (1º) vítima de meningite meningocócica. Corpo é velado no Cemitério Jardim das Colinas, em São Bernardo do Campo.


Ex-presidente Lula embarca para São Paulo para acompanhar o velório do neto — Foto: Valquier Aureliano/PhotoPress/Estadão Conteúdo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a São Paulo na manhã deste sábado (2), após deixar a sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, para participar do velório do neto, Arthur Lula da Silva, de 7 anos, que morreu vítima de meningite meningocócica.
Preso por duas condenações na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente recebeu autorização da Justiça Federal para ir à despedida do neto. A íntegra da decisão, tomada na noite desta sexta-feira (1º), não foi divulgada.
Resumo
·         Arthur, neto de Lula, morreu por volta do meio-dia de sexta-feira;
·         No mesmo dia, o ex-presidente pediu e obteve autorização para sair da prisão, em Curitiba, e ir ao velório em São Bernardo do Campo (SP);
·         Neste sábado (2), o avião levando Lula decolou de Curitiba às 7h19 e pousou às 8h31 em Congonhas;
·         Perto das 10h, o ex-presidente ainda estava a caminho do cemitério;
·         O velório reúne petistas e amigos de Lula, como a ex-presidente Dilma Rousseff, Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL), candidatos derrotados nas eleições presidenciais de 2018.

O corpo de Arthur começou a ser velado por volta de 22h desta sexta, no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo, e seguia ao longo da manhã de sábado. Objetos pessoais do menino foram colocados perto do caixão. A cremação está prevista para o meio-dia.

Por volta de 9h, o movimento havia se intensificado na sala do velório. O policiamento é grande do lado de fora.

Antes mesmo da chegada do ex-presidente, amigos dele e políticos já estavam no funeral. Entre eles, estão a ex-presidente Dilma Rousseff, o governador da Bahia, Rui Costa, o ex-ministro Fernando Haddad (PT), candidato derrotado no 2º turno das eleições presidenciais de 2018, além de Rafael Marques e José Lopes Feijóo, ex-presidentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

A despedida do neto de Lula reúne ainda petistas como Gilberto Carvalho, José Mentor, Alexandre Padilha, José de Fillipi Jr. e o Professor Luizinho, e o candidato derrotado do PSOL à Presidência da República, Guilherme Boulos.

"Conversei com a família, dei os pêsames. Felizmente, dessa vez houve um bom senso da Justiça e da Polícia Federal de permitir que o presidente Lula possa vir se despedir do seu neto", afirmou Guilherme Boulos, referindo-se ao funeral do irmão de Lula, do qual o ex-presidente não conseguir participar devido à demora de decisão favorável do STF.

Ida a São Paulo

pedido feito pela defesa de Lula para ele ir ao funeral do neto citava o artigo 120 da Lei de Execução Penal, que diz que "os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão".


O ex-presidente está preso em uma sala especial na Polícia Federal (PF) desde 7 de abril de 2018. Neste período, Lula recebeu a visita de Arthur em duas oportunidades.
Ainda na sexta-feira, o Ministério Público Federal deu parecer favorável à saída do ex-presidente, e a Justiça Federal autorizou a viagem, feita com escolta policial.
O avião em que Lula viajou, um Cessna Grand Caravan de prefixo PP MMS que pertence ao governo do Paraná, pousou no Aeroporto de Congonhas, Zona Sul de São Paulo, às 8h31 deste sábado (2). A decolagem tinha sido às 7h19.


Lula, o neto Arthur, e dona Marisa no aniversário de 70 anos do ex-presidente — Foto: Ricardo Stuckert/G1

Morte do irmão de Lula


Em 29 de janeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou Lula a sair da carceragem da PF para ir ao funeral do irmão Vavá. A decisão saiu pouco antes de o corpo de Vavá ser sepultado e, por isso, Lula não conseguiu ir ao enterro.
Na oportunidade, a autorização saiu após o pedido ser negado pela Justiça Federal, na 1ª instância pela juíza Carolina Lebbos, e na 2ª instância pelo desembargador Leandro Paulsen.

Condenações e processos


Lula cumpre pena por duas condenações na Operação Lava Jato. A primeira, de 24 de janeiro de 2018, é referente ao caso do triplex em Guarujá (SP), em que o ex-presidente foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Para a Justiça, Lula recebeu propina da empreiteira OAS na forma de um apartamento no Guarujá, em troca de favores na Petrobras. A defesa do ex-presidente nega.

Em 6 de fevereiro, Lula foi condenado em outra ação da Lava Jato: a juíza substituta da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, condenou o ex-presidente a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, por receber propina por meio de uma reforma em um sítio em Atibaia (SP). A defesa nega.

Lula ainda é réu em outro processo da Operação Lava Jato em Curitiba, que apura se ele recebeu vantagens por meio de um apartamento e de um terreno onde seria construída a sede do Instituto Lula. A obra não saiu do papel.

Por G1 — São Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário