No mundo, cerca de 50 milhões de pessoas vivem com a doença. Muitas delas sofrem com o preconceito e desinformação
Texto:
Djeinyelle Marques
De acordo com a Organização Mundial
da Saúde (OMS), a epilepsia é a doença neurológica mais comum do planeta. Ela
atinge mais de 50 milhões de pessoas no mundo e cerca de 3 milhões no Brasil.
Mesmo assim, esta condição que afeta 1% da população mundial ainda é alvo da
desinformação e do preconceito por parte da sociedade e falar sobre o problema
é fundamental para reverter o quadro de discriminação e desconhecimento.
“A epilepsia é uma alteração
provisória e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha como causas
a febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Se ficar restrita, a crise será
chamada parcial; se envolver os dois hemisférios cerebrais, generalizada”,
pontua o neurologista Paulo Henrique Fonseca.
Entre os sintomas apresentados
durante a crise, estão: distorção de percepção, movimentos descontrolados e/ou
involuntários de uma parte do corpo, rigidez, tremor, medo repentino,
desconforto no estômago e perda da consciência. A doença tem comportamento
imprevisível, que pode ser controlado com medicamento ou cirurgia, a depender
do caso. Uma dieta especial, rica em lipídios, a não-ingestão de bebidas
alcóolicas, ter boas noites de sono e evitar o estresse são fundamentais para o
sucesso do tratamento. Pessoas que passam anos sem ter crise mesmo sem tomar a
medicação, podem ser consideradas curadas, de acordo com a Liga Brasileira de
Epilepsia (LBE). Entretanto, o auxílio de profissionais pra receber o
tratamento adequado é sempre a melhor recomendação.
Mas você é capaz de prestar socorro a
um epiléptico em crise? Muitas vezes, ao se deparar com a manifestação dos
sintomas, a população não sabe como lidar com aquilo, podendo inclusive
interferir negativamente na situação. Deste modo, se faz de extrema importância
orientar a população a como agir ao se deparar com um colega de trabalho, uma
pessoa na rua ou até mesmo um parente em crise.
“Antes de qualquer coisa, a calma é
fator primordial, mas algumas outras atitudes simples também possuem
importância: pôr a pessoa deitada com a cabeça elevada, remover da área objetos
que possam trazer risco para o doente, aguardar a respiração normalizar e o
paciente conseguir se levantar são as instruções básicas em um socorro a um
epilético”, explica o neurologista.
Ao mesmo tempo que é importante ter
conhecimento de como proceder em uma situação de emergência, o que não fazer
também possui relevância: não prender a língua, não alimentar, dar água ou
qualquer outro líquido e não introduzir nenhum objeto a fim de segurar a língua
da pessoa durante o ataque são as principais. Outra orientação de relevância é
observar a duração da crise, que normalmente não passa de cinco minutos. Caso o
tempo seja mais prolongado e ocorram crises sucessivas, a orientação é chamar o
serviço de socorro do SAMU (192) ou do Corpo de Bombeiros (193).
Com toda essa carga de
preconceitos e estigmas acerca da epilepsia, desmistificar essa enfermidade é o
melhor caminho a ser seguido e a informação e conhecimento são aliadas
importantes.
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