sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Cremepe abre sindicância e apura denúncias de estupro feitas por pacientes contra médico em UPA

Mulheres relataram ter sido molestadas por profissional de saúde na unidade da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife.

UPA fica no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife (Foto: Reprodução/Google Street View)
O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) informou, nesta sexta-feira (23), que abriu uma sindicância para apurar asdenúncias de estupro feitas por duas pacientes contra um médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife. O profissional foi afastado das funções pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), na quinta-feira (22).


A sindicância teve início na quinta-feira. O Cremepe, responsável pela fiscalização do exercício profissional, tem 30 dias para concluir os trabalhos, que vão transcorrer sob sigilo. O prazo, no entanto, pode ser estendido por mais dois meses.
As denúncias surgiram a partir de um relato feito por uma jovem de 18 anos, atendida pelo profissional de saúde, em um a das salas da UPA. Ela procurou a Delegacia da Mulher, na área central da capital, na noite de quarta-feira (21), e declarou ter sido abusada horas antes.

No mesmo dia, a Polícia Civil informou que estava investigando as informações de outra mulher. Ela também teria sido abusada pelo mesmo médico

De acordo com informações do Cremepe, as denúncias passarão por análise ao longo da sindicância. Os casos serão levados para uma câmara formada por conselheiros. Em caso de necessidade, eles seguirão para o pleno da entidade de classe.

 conselho informou que existem cinco tipos de punição, em caso de comprovação do envolvimento de profissionais em irregularidades ou infrações. São elas: advertência, advertência confidencial, censura pública, afastamento por até 30 dias e, por último, cassação do registro profissional.

O site do Cremepe mostra que, este ano, 900 sindicâncias tramitaram na entidade. Desse total, 37 foram julgadas pela câmara e um caso teve recurso enviado ao Conselho Federal de Medicina. A maioria dos casos tem relação com exercício da profissão, como escalas de plantão e falta ao serviço.
Delegada Ana Elisa Sobreira falou sobre as denúncias de estupro feitas por pacientes contra médico no Recife (Foto: Penélope Araújo/G1)
Entenda o caso
Na quinta-feira (22), depois que as denúncias de estupro foram divulgadas, a delegada Ana Elisa Sobreira informou que as investigações serão feitas sob sigilo. A policial informou houve tomada de depoimentos e adiantou que nada poderia ser divulgado.

Outras testemunhas também serão ouvidas, para que os depoimentos sejam somados ao resultado de exames feitos na paciente.

Segundo a polícia, a primeira vítima declarou, em depoimento, ter sido molestada pelo médico. De acordo com a corporação, a jovem não conseguiu informar o nome do profissional. Ela também não apontou as características físicas do suposto agressor.
A jovem havia mencionado que foi atendida por um médico traumatologista e que o crime ocorreu quando ela voltou ao consultório em que foi atendida para mostrar um exame de raio-X.

Segundo a delegada da Mulher, Gleide Ângelo, a vítima estava muito nervosa quando chegou à delegacia e não conseguia falar com detalhes o que aconteceu. Assim que ela relatou o estupro, foi direcionada aos exames.

Por G1 PE


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