sexta-feira, 28 de junho de 2013

Prefeito de Bogotá propõe plebiscito sobre sua permanência no cargo

O prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, declarou nesta quinta-feira (27/06), que está disposto a propor um plebiscito para que os cidadãos decidam se seu mandato deve ou não ser revogado. Ele já havia anunciado, na quarta-feira (26), que enviaria uma carta ao Registrador da cidade, Calor Ariel Sánchez, pedindo a votação.
“Queremos ir às urnas, queremos saber se, de verdade, a maioria dos cidadãos quer um novo tempo para Bogotá ou quer voltar para o passado”, disse. Ele havia afirmado, no Twitter, ter “absoluta confiança” que a maioria popular aprovava o mandato da “Bogotá Humana”.
As declarações de Petro seguem uma decisão do Tribunal Administrativo de Cundinamarca, que ordenou ao Registro Nacional revisar novamente as assinaturas apresentadas pelo deputado Miguel Gómez para o seu impeachment. O prefeito declarou que acatará as ordens do Tribunal.
A denúncia contra as assinaturas foi apresentada à Câmara Criminal da Suprema Corte de Justiça colombiana por um grupo de líderes comunitários de várias localidades de Bogotá. Segundo eles, Gómez teria cometido os crimes de obtenção de documentos públicos falsos, uso de documento falso, falsa representação, fraude eleitoral, voto fraudulento e fraude processual.
De acordo com o prefeito, o maior argumento que poderia ser utilizado para uma revogação de mandato é ele não estar agindo de acordo com seu programa de governo, o que não está acontecendo, apesar da oposição.
 
Gustavo Petro, prefeito de Bogotá


“Estamos seguindo o nosso programa, mesmo que não agrade a alguns”, disse Petro. Ele acrescentou ainda que o fato de não concordar com a privatização de serviços públicos não significa que “não esteja cumprindo o programa Bogotá Humana”.
Para que o mandato de Petro seja revogado em um referendo, é necessário que metade mais um dos votos seja a favor do impeachment e que o número de votos válidos corresponda a 40% do total de votos que obteve em 2011, 723.157.
Entenda o caso
O prefeito de Bogotá, ex-guerrilheiro do M-19 (movimento armado de esquerda fundado nos anos 70 e desmobilizado nos 90), é uma das figuras mais importantes e conhecidas da esquerda colombiana.
Em dezembro, ao fazer um balanço de seu primeiro ano de governo na administração da cidade, Gómez propôs que Petro tivesse o mandato revogado, dizendo que “a cidade está à deriva: não há planejamento, tudo se rege sob improviso”.
O deputado criticou que se contraia uma dívida de 3 milhões de pesos para projetos de mobilidade sem estudos prévios. “O atual prefeito foi eleito por uma minoria. As pesquisas mais recentes mostram que sua imagem é desfavorável para 61% dos cidadãos e que 56% deles creem que a cidade vai por um mau caminho. É isso que nos impulsiona a promover a revogação de seu mandato”, disse Gómez.
Ele acrescentou que o motivo para pedir o impeachment, segundo o artigo 64 e a lei 134 (mecanismos de participação cidadã), é insatisfação geral e/ou não cumprimento do programa de governo.
Desde o início de seu mandato, Petro tomou medidas como banir o porte de armas em Bogotá, propor o fim da morte de animais em touradas e proibir o corte de água por falta de pagamento, o que, segundo ele, beneficiaria 600 mil famílias na capital colombiana.

Diário do Estado
Postado por San Produções e Eventos

Nenhum comentário:

Postar um comentário