Ginecologistas explicam o objetivo da campanha
Outubro Rosa e a importância da prevenção, assim como do diagnóstico precoce, e
psicóloga aborda como essa área da medicina contribui para o tratamento
O Outubro
Rosa, que surgiu em 1990, em Nova York, tem o objetivo de conscientizar a
população sobre a importância da prevenção à doença, bem como levar informações
importantes ao maior número de pessoas, o que se torna ainda mais necessário no
momento atual, visto que 62% das mulheres esperam o fim da pandemia para voltar
à rotina de cuidados com a saúde, segundo pesquisa realizada pelo Ibope. “O
câncer não espera! Com cuidado e zelo, é possível ir ao médico, se cuidar e
manter os exames em dia. O câncer de mama quando diagnosticado em estágio
inicial tem altas taxas de cura”, enfatiza Marina Noronha, Médica Ginecologista
e professora do curso de Medicina da Estácio.
Já a
ginecologista e também professora de medicina da Estácio, Estefanie Bertoldi,
reforça que o câncer de mama não é totalmente previsível. A doença resulta de
alterações em diversos fatores, muitos dos quais ainda indefinidos. Ao mesmo
tempo, são bastante conhecidos fatores de risco, como a exposição a hormônios,
o excesso de peso, a ausência de atividade física, a alta ingestão de gorduras
e álcool, entre outros. “De modo geral, a prevenção baseia-se no controle dos
fatores de risco e no estímulo a fatores protetores, especificamente aqueles
que podem ser mudados com a adoção de hábitos saudáveis”, explica a
especialista.
O exame
preventivo é importante para que a mulher possa identificar o câncer antes dos
sintomas se manifestarem e é recomendado pelo Ministério da Saúde que a partir
dos 50 anos de idade elas realizem uma mamografia a cada dois anos, além do
exame clínico realizado por um profissional da saúde.
Ambas as
ginecologistas, explicam que é preciso observar os sinais que o corpo
apresenta. “A mulher deve fazer o autoexame regularmente e verificar se há a
presença de nódulos nas mamas, axilas e pescoço, além de alterações na pele das
mamas, mamilo e saída de secreções”, elenca Marina. Estefanie detalha ainda alguns
dos principais sinais apresentados. “Vermelhidão, inchaços, calor ou dor na
pele da mama, mesmo sem a presença de nódulos, espessamento ou retração da pele
do mamilo, coceiras frequentes na mama ou no mamilo são algumas das alterações
que podem ocorrer, tanto de forma simultânea, quanto de forma isolada. Mas é
preciso ressaltar que nem sempre o aparecimento desses sinais indica um câncer
de mama. Por isso é imprescindível consultar um médico”, ressalta.
Porém,
quando o diagnóstico é positivo é importante saber que o suporte familiar e
psicológico pode ser fundamental no tratamento, sendo essencial o
acompanhamento por uma equipe multidisciplinar. “A perspectiva psicológica
contribui para a fluidez no diálogo acerca das questões biopsicossociais envolvendo
a prevenção, tratamento e reabilitação, bem como na produção de novos sentidos
diante desse corpo e dessa vida. No que se refere à pessoa que é diagnosticada
com câncer de mama, precisamos pensá-la de forma complexa e holística,
considerando que esse corpo é sua mente e que, portanto, é preciso trabalhar
questões individuais e subjetivas, assim como aspectos socioculturais. No senso
comum falar sobre câncer ainda é um tabu, sendo um tema carregado de equívocos,
estigmas e superstições. Assim, as pessoas por muitas vezes temem até a
pronúncia da palavra “câncer”, se utilizando de defesas linguísticas como
eufemismos e evocações ao seu divino para fugir da angústia que é se perceber
humano e finito”, explica a psicóloga e professora do UniFavip, Deysiane Macedo,
que complementa, reforçando a inclusão do tema em outros campos.
“Deste modo,
no campo subjetivo, os significados de morte e luto devem ser ampliados,
compreendendo que toda mudança, escolha e vivência do sujeito desenha um novo
traço na composição deste, gerando uma nova pessoa, havendo uma morte da
anterior. Para tanto, se faz necessária uma escuta qualificada.
No campo
social, é preciso se atentar às múltiplas especificidades e aos papéis sociais
que as pessoas desenvolvem, como recortes etários, socioeconômicos, raciais e
de gênero, tendo em vista que o câncer de mama não atinge apenas mulheres cis e
o discurso do cuidado precisa romper com a exclusão, de forma equânime,
considerando que esse corpo é uma vivência relacional e identitária. No trabalho
em saúde é necessário desenvolver em equipe práticas de desmistificação do
tema, trazendo o sujeito – acompanhado de sua família - para o protagonismo no
tratamento, compreendendo a realidade do seu caso com informações e ferramentas
que munem seu diagnóstico, tratamento e prognóstico, em uma linguagem acessível
e humanizada”, finaliza a psicóloga.
Casos
especiais
Mulheres que
possuem um histórico familiar de câncer, fumantes, obesas, que não se alimentam
de forma adequada e que consomem bebida alcoólica de forma abusiva devem dobrar
a atenção e os cuidados.
Tratamento
O tratamento
para o câncer de mama pode variar de acordo com cada paciente, com a fase da
doença e também o tipo de tumor. São muitos os tratamentos que podem ser
realizados, como cirurgia, radioterapia, quimioterapia, entre outros.
Suporte Psicológico
A paciente
que passa por um tratamento de câncer precisa de um acolhimento especial da
família, desde o momento em que recebe o diagnóstico. Além do suporte familiar,
contar com a ajuda de um psicólogo ajuda a lidar com a doença com menos
angústia e as chances de depressão diminuem.
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